terça-feira, 8 de julho de 2003

Notas turcas 2

Um jornal em língua inglesa publicado em Istambul reproduziu declarações de um político turco, segundo o qual a União Europeia terá de aceitar a adesão da Turquia se quiser transformar-se numa super potência. Ali, em Istambul, cidade centro de impérios nos últimos 15 (!) séculos, aquelas palavras, acreditem!, parecem quase indiscutíveis. À distância, já é outra coisa, mas não é isso que aqui interessa.
Apenas 3 por cento da Turquia é continente europeu. O resto é Ásia. Com a Ásia, vem a questão religiosa: 99 por cento de islâmicos, números oficiais.
Se um dia a UE aceitar a Turquia, vamos ficar por aí? Ainda nos chamaremos União Europeia? E, mais além, num cenário de paz duradoura no Médio Oriente, será de excluir a adesão de Israel? E, já aqui chegámos, de Marrocos?
Desculpem pôr as mui esotéricas questões europeias nestes termos tão simplórios. Mas ainda não percebi se a União Europeia tende para um universo finito, ou se, pelo contrário, continuará em expansão. Isto é, a União Europeia termina na Europa. Termina na tradição cristã? Ou na judaico-cristão (percebem a pertinência de Israel)?