Amores de Verão
Querido diário...
Música, literatura, jornalismo, a vida, a vidinha, o Pipi, o Wolfowitz e (meu Deus...) até futebol. As coisas de que uma pessoa fala quando fala no blogue. O diário que nunca tive.
Espanto-me (pois, e às vezes m'avergonho) com o que por aí anda. De bom, de estimulante, de fascinante. Mas também de alguma preguiça, o doce ronronar, o ritmo mediterrânico (ainda bem). E depois esta confusão (sociedade em rede?) de procurar, linkar, saltar, de um poema aqui, uma foto ali, uma reflexão política mais além, um disparate passado a limpo por aqui... Irritamo-nos agora para depois rejubilarmos. Raramente nos aborrecemos.
Já adivinharam que estou a blogar em metabloguismo e até em umbiguismo, o que, bem vistas as coisas, vai dar ao mesmo.
Será este um amor de Verão? Falo de mim e de vós todos que por aí andais. Vêm aí as férias, com muitos de nós a fugirmos para longe dos computadores de todos os dias.
Será que os mais sortudos vão conseguir deixar o portátil em casa? E os outros, será que, passado o Verão, regressam ao conforto da família? Ou à tirania do patrão?
Há nisto do blogue qualquer coisa de vagabundagem que o aroma a Verão incentiva. Um laivo de quase clandestinidade, de paixão paralela, que não sei se resistirá aos formalismos do Outono.
Como quando todos eramos adolescentes, tinhamos férias grandes, os primeiros amores, os outros amores, e depois tinhamos de regressar às aulas. Qualquer coisa ficava para trás, perdida, irrecuperável.
Lá para Setembro, veremos se continuará a haver espaço nos nossos teclados para tanto blogue.
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