terça-feira, 22 de julho de 2003

Libéria

Há, na análise política, uma tendência para analisar a realidade com base em paradigmas que, geralmente, resulta em asneira. Um exemplo caseiro: durante o primeiro ano da dupla Sampaio-Guterres, uma data de comentadores (e até algumas manchetes de jornais...) trabalharam com base no paradigma anterior, Soares-Cavaco, ou seja, na ideia de conflitualidade. Asneiraram.
Agora é a Líbéria analisada à luz do Iraque. Que os EUA estarão a ser pressionados pela comunidade internacional, leia-se França, Mário Soares e quejandos, a intervir. Ou seja, as pressões estariam a partir dos mesmos que se opuseram à invasão do Iraque.
Ora basta conhecer um bocadinho, só um bocadinho, de História para perceber as razões pelas quais se fala dos EUA quando se fala de Libéria - um país fundado por americanos, com uma Constituição americana, e que foi base importante de americanos durante a Guerra Fria. Não é de estranhar que sejam os próprios liberianos a pedirem (implorarem...) a intervenção americana. O próprio Presidente, Charles Taylor, colocou isso como condição para aceitar o asilo na Nigéria.
A comparação com o Iarque não colhe, sob nenhum dos pontos de análise. O Economist ajuda a entender.