Um posto
[Os leitores mais fiéis deste blogue - é preciso notar que a taxa de desemprego continua galopante e que, entre os que trabalham, não há sintomas de grandes progressos quanto à produtividade - já devem ter reparado na evolução cromática que atravessámos. Recapitulando: começámos no cor de laranja, tivemos uns momentos de verde, e agora estamos em tons de azul. Temem-se as mais tenebrosas leituras políticas...]
Pelos parênteses rectos, já deverão ter notado que este texto é sobre outro assunto.
É sobre posts, ou melhor, postas, ou melhor, postes. Bom, a verdade é que é sobre estas coias que escrevemos e para as quais ainda não achámos um nome consensual e agradável.
Em inglês, diz-se posts, o que faz sentido na língua deles. Mas isso soa muito mal em português e as alternativas que por aí andam - postas e postes - não são melhores.
O blog deu blogue, embora ainda haja quem prefira o blog. E criou-se a blogosfera, um nome assaz bonito. Angustia-me, por isso, que ainda nada se tenha inventado para post.
Antes que me chamem taradinho do metabloguismo, quero apenas esclarecer que esta minha dúvida tem uma razão de ser muito pouco umbiguista. Prende-se com a dificuldade que os não iniciados terão em nos entender.
Por exempo, imaginem o que pensará a audiência de um debate público quando ouvir um dos participantes virar-se para outro e atirar: «Discordo totalmente do poste que colocaste ontem». Ou o que dirá um leitor de jornal ao ler o comentário: «O blogue Blabla tinha ontem uma posta que me desagradou».
Percebem agora as razões da minha angústia?
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