terça-feira, 26 de agosto de 2003

Fenaque

Antes que alguém me catalogue na categoria dos blogo-excluídos, aí vai a minha opinião sobre a FNAC
A que frequento é a do Colombo. Não tenho pelos centros comerciais qualquer aversão ou fascínio. Simplesmente moro perto e dá-me jeito aquela quantidade toda de lojas.
No Colombo, o principal ataque à minha carteira vem da zona dos discos. No departamento de gadgets electrónicos a minha carteira limita-se a constatar a sua insignificância. Para livros, prefiro, no universo Fnac, a do Chiado. Tem mais e melhor.
A Fnac ajudou a uma certa massficação cultural, pela quantidade, pela qualidade, pelos baixos preços, mas, principalmente, pelo conceito. Estamos num mero hipermercado, com a sensação de percorrermos as salas de um museu.
Apesar disso, está longe, muito longe, do que que gostaríamos. Ou merecemos.
Na música, por exemplo. Ando desde o início do ano (!) para comprar o último disco dos Flaming Lips (tenho uma cópia pirata, gostaria do original...). Mas não consigo, apesar de este ter sido considerado um dos discos do ano (de 2002...) por várias revistas especializadas.
Música ainda. O Zeca Baleiro, um dos melhores do Brasil actual, esteve há dois ou três meses em Portugal para promover o seu último disco e volta agora para um concerto. Mas tentem lá comprar a sua discografia completa na Fnac. E, atenção, são apenas três ou quatro discos...
E os livros. A prateleira da Margarida Rebelo Pinto e heterónimos está sempre repleta e actualizada. Mas do Brasil temos direito a alguma coisa? Ou só a duas ou três banalidades?
Livros ainda. Já repararam no pó (simbólico) que se acumula nas prateleiras dos ensaios de política e filosofia, por exemplo. Há livros que estão em exposição há meses. Sempre os mesmos. Podiam, por exemplo, estar mais atentos aos tops lá de fora. Acho que não iam ter razões de queixa.
Tirando estes e mais dois ou três pormenores, a Fnac ainda é do melhorzinho...