terça-feira, 19 de agosto de 2003

W32 Blaster

Sempre me foi mais difícil recomeçar do que começar. No começo há um acaso que facilita tudo. É por isso que gosto dos começos não premeditados. Começa-se em qualquer altura, com um gesto, uma palavra. E depois... continua-se.
O recomeço é bem mais doloroso. A angústia do recomeço começa ainda antes da paragem, da pausa. E depois avoluma-se até estoirar nos momentos que antecedem o momento, o momento do recomeço.
O recomeço implica sempre uma reavaliação do que ficou para trás. Um recomeço nunca é ingénuo.
Nos últimos 17 dias, sofri a angústia deste recomeço. Sabia que iria recomeçar. Queria recomeçar. Acumulei notas, rasguei notas, alinhavei pensamentos. Sabendo eu bem que, aqui, escrevo por impulso, ao sabor da tecla. Esta escrita raramente é premeditada.
De pouco valeu. Chego de férias e o computador (último modelo, patati patata...) recusa-se a colaborar. Já me sentia com o síndrome Mexia, quando a máquina me elucidou: «Então ainda não percebeste que estou completamente infectado por um vírus?».
E lá estava ele. O W32 Blaster. Novinho em folha, vim depois a saber. Nasceu a 11 de Agosto e eu fui logo dos primeiros contemplados.
O W32 Blaster é um vírus (melhor, verme) catita. Adora desligar o computador, nem dando tempo para que o anti-virus actue. Ou sequer para que se procure na Net um antídoto. Exige, por isso, muita persistência e alguma perícia informática. O resultado é que, vinha eu cheio de vontade (e de hesitações...) de blogar e, as primeiras duas horas frente ao ecrã, foram dedicadas ao W32 Blaster.
Não sei se foi este vírus que atacou o Valete. Ele acha que foi obra da fattah. Eu, depois do apagão azelha da semana passada, não estaria assim tão certo.