A arte de Brel
Quando os Stones começaram a debitar em Coimbra, estava eu a ver no Arte (atenção, lê-se Arrtê - oh lala, wunderbar) um documentário de quase duas horas, preto e branco, sobre Jacques Brel.
A força daquela poesia torna-se perfeitamente arrebatadora quando interpretada ao vivo pelo próprio Brel. Teatralidade, dramatização, tudo isso é pouco para descrever aqueles momentos. Cada canção, seja o mais belo poema de amor, como Ne Me Quittes Pas, ou a mais radical abordagem político-social, caso de Les Flamandes, é revivida, sílaba a sílaba, nota a nota.
A interpretação das duas versões de Bonbons é de antologia. A desfaçatez como canta «Les bourgeois c'est como les cochons» num salão cheio deles, a forma como interpreta a labiríntica Valse a Mille Temps, o desespero de Quand On n'a Que l'Amour... Brel é único. Gravei, é claro.
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