Fantasias, quais fantasias?
JPP diz que não é de direita.
Daqui a pouco, está a tentar fazer-nos crer que Manuel Maria Carrilho é do PS, deste PS. Que vai para a SIC fazer passar a mensagem deste PS.
Daqui a pouco, vai tentar fazer-nos crer que Pedro Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa, no essencial, no que importa, não são porta-vozes exímios deste PSD.
Daqui a pouco, está a tentar fazer-nos crer que as picardias destes dois senhores a Durão Barroso não são apenas entendíveis nos corredores da política lisboeta. Que nas abordagens mais abrangentes não reproduzem a cassete laranja.
Daqui a pouco, está a tentar demonstrar-nos que o seu comentário na SIC, apesar das diferenças, não terá uma agenda escondida. Uma agenda em que, por exemplo, as críticas a Paulo Portas nunca colocarão em xeque o governo, de forma explícita, apesar de ele saber que o que tem escrito e dito atinge o coração deste governo.
Daqui a pouco, está a tentar convencer-nos de que, todos juntos, estes comentadores não vão atingir milhões de pessoas, muitos mais milhões do que todos os outros media nacionais (mesmo incluindo o Abrupto...).
Mas há mais.
Daqui a pouco, Pacheco Pereira está a dizer-nos que o silêncio total dos media sobre os casos António Preto ou Cruz Silva faz parte de uma estratégia de esquerda. De investigações encomendadas.
Daqui a pouco, está a tentar fazer-nos crer que há qualquer paralelismo entre o silêncio acerca daqueles casos e o alarido sobre o caso Felgueiras. E que não há uma curiosa coincidência de todo esse alarido com um processo patético contra Edite Estrela, uma investigação à câmara de Guimarães. E de tudo isto ter coincidido com a detenção de Paulo Pedroso.
Daqui a pouco, está a tentar convencer-nos de que a esquerda controla a agenda de uma comunicação social que trata com toda a benevolência os truques de malabarismo da doutora Ferreira Leite para esconder o défice, que deixam a léguas as tentativas semelhantes dos socialistas.
Daqui a pouco, está a tentar mostrar-nos que é estratégia de esquerda o facto de os media deixarem passar em claro que uma comissão alegadamente especializada diga ter havido mais de um milhar de mortos devido à vaga de calor de Agosto, que o ministro diga que foram 5 ou 9 e que tudo fique na mesma.
Daqui a pouco, está a dizer-nos que é estratégia de esquerda que as televisões mostrem quilos e quilos de imagens de incêndios e ainda ninguém tenha incomodado ministros, chefes disto e daquilo a perguntar a que se deve tanta falta de previsão, tanta incompetência.
Daqui a pouco, está a tentar convencer-nos de que os editoriais ultra-neo-conservadores dos media portugueses sobre o 11 de Setembro eram, afinal, de esquerda.
Daqui a pouco, está a tentar convencer-nos que as secretárias do PSD e um certo sindicalista/professor/eu sei lá o quê Zé Beto de Coimbra que todos os dias ligam para o forum da TSF são infiltrados de esquerda.
Daqui a pouco, está a chamar-me muito mentiroso.
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