domingo, 21 de setembro de 2003

Sunday Papers

António Barreto considera essencial a remodelação do PS, da sua direcção e sobretudo do seu secretário-geral. Diz mesmo que essa remodelação é bem mais importante que a do Governo.
António Barreto e outros disseram exactamente o mesmo, durante anos, acerca do líder da oposição Durão Barroso.
Não são apenas os políticos que nada aprendem com os seus erros. Os comentadores políticos também.
Maria Elisa justifica-se no DN. Diz que suspendeu o mandato no Parlamento para intervir antes que o meu estado de saúde seja afectado. E queixa-se de estar a ser atacada por ser mulher e ter alguma notoriedade.
Maria Elisa quer fazer de nós parvos. O que está em causa não é a legitissíma suspensão de mandato, para a qual nem necessitava de justificacação pública. O que está em causa é a trapalhada de justificações que deu para sacar um tacho em Londres ou Paris (ainda deve estar a fazer as contas para saber qual dá mais...).
Quanto à baixa preventiva que meteu no Parlamento, seria curioso saber qual a opinião da doutora Ferreira Leite sobre o assunto. Poderá cada um dos portugueses alegar o mesmo? «Ó sô Antunes, hoje não vou trabalhar. Estou com a sensação de que para a semana vou estar constipado. É melhor prevenir...»
Quanto à alegação sexista, apetece responder com a manchete do Tal & Qual: Coitadinha da Elisa...
Não tarda muito, está a utilizar o argumento de que usam a sua alegada doença para fins políticos.
Ruben de Carvalho escreve uma acertada crónica sobre a duplicidade de critérios com que se analisa a vida política portuguesa.
E, já que estamos com a mão na massa, leiam a Helena Matos no Público de sábado para perceberem como o ódio e a demagogia turvam o pensamento. E a crítica a Manuel Alegre até seria justa. Basta ler JMF na página ao lado. Mas Helena Matos prefere enveredar pela canelada, pela frase de lindo efeito mas alheia à realidade, pela extrapolação abusiva de factos. Ela é, de facto, muito mentirosa. Talvez por isso se tenha tornado na musa de tantos blogues.

Sunday papers don't ask no questions
Sunday papers don't get no lies
Sunday papers don't raise objection
Sunday papers don't got no eyes.

Joe Jackson, Sunday Papers (Look Sharp, 1979).