Clinton
Hoje, assisti a uma prelecção de Bill Clinton em Lisboa.
Teve um lado divertido e um lado sério. Comecemos pelo sério, que depois percebem melhor o divertido.
A parte séria é que qualquer pessoa com um nível médio de QI perceberia com toda a facilidade que com Clinton no poder o mundo estaria hoje bem melhor. E não vale a pena virem-me com a treta de que os atentados do 11 de Setembro foram preparados durante os seus mandatos. É apenas uma teoria, como tantas outras.
A sua visão multipolar do mundo contrasta flagrantemente com a falcoaria ignorante e obcecada que se instalou em Washington. Os exemplos que deu são cristalinos - por exemplo, no Médio Oriente, é preciso impôr a noção de partilha e não a de dominação, como actualmente ocorre.
O entendimento que tem da complementaridade no eixo EUA/Europa é o único que permite um diálogo frutuoso, em contraponto a esta desconfiança que se instalou e da qual nada de positivo pode sair.
Enfim, o homem é um tratado.
Agora, vem a parte divertida. A assistência, maioritariamente composta por gente do poder político e económico, que nos últimos tempos tem sobrevivido ideologicamente à sombra das concepções bushistas, aplaudiu calorosamente. Será que ao menos percebem inglês?
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