sábado, 18 de outubro de 2003

E continuo já aqui

Antes que alguém me pergunte sobre as novas escutas, aí vai:
1. Se um dia, algum familiar meu for injustamente acusado de um crime de tal gravidade, podem ter a certeza de que até o Papa eu chateio. Qual PGR, qual Sampaio, qual Lopes, qual carapuça. Se me reconheço este direito, porque não haveria de o reconhecer a um partido político.
2. Se isso acontecer, é bem provável que no meu telemóvel não encontrem a expressão «estou-me cagando para o segredo de justiça». É mais provável que lá seja ouvido: «Eu fodo esses filhos da puta, cabrões...»
3. Se isso acontecer, eu sei que, enquanto eu fizer esses telefonemas, uns provedores beatos, uns advogados ex-alunos, uns psicólogos enigmáticos e uns políticos impolutos estarão, ao telefone e ao vivo, a influenciar o processo mais do que eu alguma vez poderia fazer.
4. E eu sei que se tudo isto se souber só pode vir de um dos lados - a acusação - e que o objectivo é só um: dar cabo de todo o processo.
A mando de quem?, perguntam vocês. Não sei.