terça-feira, 14 de outubro de 2003

Jardim, os jornalistas...

Os partidos são organizações peculiares. Gosto de pensar neles como uma personalidade esquizofrénica.
Dou um exemplo. O PS. Há uma reunião do partido e decide-se que é preciso atacar o Presidente da República. É claro que não pode ser o líder, porque é amigo e é líder. Encontra-se, então, alguém tipo Manuel Alegre ou Medeiros Ferreira, que não terão qualquer problema em se atirarem ao PR pela esquerda. Mas imaginemos que o objectivo é atacar o Bloco de Esquerda por causa de questões relativas ao aborto? Helena Roseta, por exemplo. E para atacar a direita por causa do mesmo tema? Talvez Maria de Belém. Ou até Maria do Rosário Carneiro.
No PSD é a mesma coisa.
Por exemplo, vejam esta frase: Ou deixamos a comunicação social ter um poder corporativo crescente que nos liquide, ou então temos o poder e a coragem de liquidar o poder corporativo da comunicação social.
A frase foi proferida por Alberto João Jardim, nas jornadas parlamentares do PSD. Agora, imaginem que se pretendia fazer passar a mensagem junto de pessoas, digamos, mais cultas, que lêem livros, fazem blogues... Vá lá, imaginem quem seria a pessoa escolhida para passar a mensagem...