quinta-feira, 2 de outubro de 2003

Não me tirem os três

A passagem dos Stones pelo burgo ressuscitou uma ligeiríssima polémica, a que acho graça, mas que não compro? E tu, és mais Stones ou mais Beatles?
Ora, eu nasci no ano em que aquela rapaziada começou a andar junta. Quer isto dizer que os ouvi em diferido, já convenientemente mastigados e arrumados pela História (com H grande, se não se importam).
E acontece outra coisa: apesar do caos aparente, a estante vai tendo lugar para a diversidade. Assim como, apesar de toda a falta de tempo do mundo, haverá sempre tempo para o essencial.
Compreendo que se tenha de escolher (!?) um Deus, um líder político. Não acho que isso tenha de acontecer necessariamente nas opções estéticas e noutras paixões.
Na música anglo-americana, pop-rock, chamem-lhe o que quiserem, não abdico de três fundadores. E não aceito hierarquizá-los.
Primeiro, vêm os Stones, Dylan, os Beatles (utilizei a ordem alfabética invertida, como poderia ter usado qualquer outra ordenação). Depois, e isso consigo distinguir claramente, vêm os outros. Se meto os Doors, apetece-me logo chamar os Kinks. Se não dispenso o Neil Young, fico danado se me tiram os Velvet.
Há aqueles três, há uma data deles a seguir e há o resto da maralha. A preguiça e a ética impedem-me de fazer listas exaustivas dos dois grupos inferiores. Mas aqueles três são sagrados. Por isso, não mos tirem.