A GNR e o Iraque (II)
O Bloguitica interpela-me para uma troca de ideias sobre a actualidade da crise iraquiana. Vamos a isso, temos tempo.
Contesto desde a primeira hora a forma como os EUA estão a lidar com o problema do terrorismo. Eu sei que esse é um aspecto do passado, que não vale a pena bater mais no ceguinho. Mas insisto nessa ideia - tudo o que hoje se está a passar era previsível e resulta da acção irreflectida dos EUA, em desrespeito pela regras da convivência internacional. Há uma importância suplementar em recordar este aspecto - acho que ainda hoje os EUA continuam a agir com total sobranceria face aos seus parceiros internacionais. Isso foi claramente visível na discussão da última resolução do Conselho de Segurança. É verdade que as diversas posições estão completamente acontanodas e que, nessas condições, é difícil alcançar consensos. Convenhamos, porém, que é aos EUA que compete fazer o maior esforço de convergência.
Quanto ao momento actual, deixou apenas algumas pistas para reflexão:
1. A nova resolução da ONU abre portas para uma intervenção mais vasta da comunidade internacional. A boa vontade, como se tem visto, é reduzidíssima. Portugal não é excepção.
2. Portugal envia a GNR numa solução de compromisso entre o PR e o Governo. A nova resolução permitiria outras soluções. Não sei se não valeria a pena estudá-las.
3. O envio da GNR para o sul do Iraque pressupunha um cenário local que está em constante evolução negativa. Qualquer análise terá de ter isso em conta.
4. Paul Bremer, administrador no Iraque, viajou repentinamente para Washington. Sinal claro de que mesmo os EUA estão em constante análise de cenários e mudança de decisões.
Para já, fico por aqui. O diálogo fica em aberto.
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