Os debates e o totalitarismo
Quando me meti nesta coisa dos blogues, fiz um juramento íntimo em que me proibia de escrever sobre política e muito menos sobre ideologia. Já nem tenho dedos para contar as vezes em que me traí...
O juramento tinha origem na apreciação muito negativa que faço acerca deste tipo de debates, especialmente nos blogues. Na maioria dos casos, a conversa é excessivamente azeda para o meu gosto, eu que acho que nada é definitivo, nem nada é para levar muito a sério neste mundo. Detesto, por isso, as frases excessivamente pomposas que surgem em todos os debates que metam política e ideologia.
Vem esta longa conversa a propósito do que Pedro Lomba escreveu acerca da minha apreciação do debate que manteve com os Barnabés.
Vou dar-lhe um exemplo para que perceba o que quero dizer. No Mar Salgado, escreveram isto acerca desse debate: «ESSA GENTE, MEU CARO PEDRO, é assim porque pratica o pior dos defeitos intelectuais: a irresponsabilidade tendenciosa e sectária. Tornaram-se, como bem lhes chama o nosso FNV, nos Coco Chanel da indignação».
Percebe o Pedro o que quero dizer? «Essa gente»? «O pior dos defeitos intelectuais»? «A irresponsabilidade tendenciosa e sectária»?
Ou seja, quem não pensa como nós não passa de um bando de idiotas. Não é isto a imposição totalitária de uma visão do mundo? Se o Pedro ler bem os textos que escreveu e os que recebeu dos Barnabés verá que apenas o vocabulário muda. E olhe que, de uma forma totalitária, asseguro-lhe que sei do que falo - é um pecado que cometo amiúde.
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