sexta-feira, 12 de dezembro de 2003

Democracia e escrutínio

O NMP, do Mar Salgado, pede-nos o impossível. Quer que tratemos com «equididade» os líderes democraticamente eleitos e os «torcionários».
Mas, meu caro, estamos no mundo livre e democrático. Compete-nos, a todos nós, simples cidadãos, jornalistas e políticos, escrutinar os que elegemos. Faz parte das regras do jogo. É uma exigência da democracia. É mesmo uma marca genética da democracia. Digo-lhe mesmo: quanto mais chatas forem as nossas perguntas, quanto mais dúvidas tivermos, melhor será a nossa democracia.
Nós não confiamos, não podemos confiar, nos «torcionários». Por não confiarmos neles é que as Nações Unidas exigiram documentação escrita ao Iraque sobre as tais armas. E por não confiarem nesses relatórios é que enviaram para lá inspectores, especialistas de várias nacionalidades.
Mas disso o NMP não quer saber. Prefere acreditar em dois ou três relatórios da CIA, feitos depois da guerra, quando os EUA já controlavam os centros de decisão em Bagdad.
Afinal, meu caro NMP, quem é aqui a favor da transparência e lisura de processos?