Dois ou três rigores que o Verissimo merece
Nelson de Matos surpreendeu-me por uma momentânea falta de perspicácia acerca dos livros de Luis Fernando Verissimo. Pergunta: «Se ele [eu] diz que já tem a edição brasileira, para que quererá agora a portuguesa?» Oh homem, eu não quero. Eu quero é que o Verissimo seja mais lido em Portugal. Ganhava o Verissimo, ganhava a Língua Portuguesa... e ganhava a Dom Quixote. E, já agora, ganhava eu, que pagaria menos pelas futuras edições...
Já agora, que estamos com a mão na massa: o Sexo na Cabeça que tenho foi comprado no Brasil (Livraria Argumento, Rio de Janeiro) e trazido por mão amiga. Esta traficância também entra na categoria de pirataria?
E já que estamos com rigores: o meu amigo diz que «as edições portuguesas são absolutamente iguais às brasileiras». Ora isso não é verdade: as edições da colecção da D. Quixote têm menos dois centímetros de largura e quase cinco de altura. E o papel é amarelo e não branco (o que não é desvantagem, é certo). Dou-lhe, apesar de tudo, os parabéns por ter mantido aquele efeito brilhante nas caricaturas do Luis na capa.
Mais outro rigor: a D. Quixote não tem todos os direitos do Luis em Portugal. Então e Borges e os Orangotangos Eternos da Asa?
Ainda mais um rigor: as edições da D. Quixote, à semelhança das brasileiras, não permitem esclarecer uma dúvida sobre um importante debate que mantive aqui no blogue há uns meses - o Luis leva acento? e o Verissimo?
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