segunda-feira, 8 de dezembro de 2003

Hiroxima, Hitler, comentários

O que escrevi sobre a exposição pública do Enola Gay mereceu dois comentários que vale a comentar:
O Quase em Português dá a entender, e muito bem, que a comparação do Enola Gay com Hitler é incorrecta. Plenamente de acordo. A invocação desse mal absoluto que Hitler representa é quase uma figura de estilo, pela acentuação do que queremos expressar.
A hierarquização do mal pelos que o sofreram parece-me tarefa impossível - o sofrimento é imensurável, incomparável. Interrogo-me, apesar de tudo, se nós, aqueles que não sofremos na pele esses males, teremos direito de os hirerarquizar. Perguntando doutra forma: o que desvaloriza mais o mal, a sua hierarquização ou a absoluta indiferenciação?
O Liberdade de Expressão escreve que «o sectarismo é universal». Meu caro, na mouche, é isso precisamente o que tenho andado a dizer há meses. E que vou continuar a fazer, por muito que muita gente continue a insistir que o mal, os vários males, vêm sempre e apenas de um dos lados.