Malucos, simplesmente
A SIC passou à hora de jantar, pela 184.ª vez, a anedota dos três alentejanos que discutem como será a vida depois da morte. Foi nos Malucos do Riso. A anedota não tem piada alguma, mas isso não importa. Acontece é que as últimas 15 vezes que a SIC passou aquilo um dos actores (Camacho Costa) já estava morto. Não me importo nada de ver programas com mortos, de ver cinema com mortos, ler livros de mortos, ouvir música de mortos. Mas incomoda-me a forma corriqueira, sempre a aviar, como a SIC repete as piadas com o morto.
Os Malucos do Riso é, de resto, um dos programas que melhor reflecte o estado de aparvalhamento a que chegámos. Um programa de anedotas, umas velhas outras nem tanto, encenadas e repetidas infinitamente. Todas elas já passaram dezenas de vezes, sempre no horário nobre.
O espantoso é que, se virem as audiências que os jornais publicam, facilmente verão que aquilo está quase sempre no topo, mais propriamente no primeiro lugar, das audiências.
O povo já conhece de cor e salteado... mas continua a ver.
Acho mesmo que aquilo tem efeitos secundários. Também eu por vezes lá passo, deve ser da hora. E o estado de aparvalhamento é tal que nem sei se já alguma vez aqui escrevi este texto...
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