quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

110$27

Tomei a bica num daqueles quiosques de centro comercial. Pediram-se 55 cêntimos e fiquei surpreendido. Costuma ser 50, às vezes 45... Mas 55? Fiquei surpreendido.
Indignado fiquei quando me puseram à frente um pequeno recibo «não serve de factura». Ali ficava claro que acabara de pagar 110$27 por um café. Para os menos nostálgicos, traduzo: 110 escudos e 27 centavos.
Ora isto é uma desonestidade. Quando o euro chegou, havia uma lei que proíbia estes arredondamentos prejudiciais ao consumidor. Ou seja, o simples e obrigatório câmbio não poderia ser motivo de lucro.
A verdade é que, no tempo do escudo, ninguém me venderia um café por 110$27. Eu esperaria, por isso, que agora me vendessem um café sem os 27 centavos, ou seja, um pouco abaixo dos 55 cêntimos.
Dirão - mas que palermice, tanto barulho por 27 centavos.
Discordo. 27 centavos multiplicados por muitos cafés, por muitos dias, dá uma pipa de massa. Mas o pior não é isso: é a desonestidade. Vendem-me um café como se ele valesse 110 paus e, afinal, vale mais uns tostões.