quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

Amável

«(...) nunca vai conseguir me amar. Eu não sou uma mulher amável.»
A fala é da personagem principal de Acqua Toffana, de Patrícia Melo (Campo das Letras).
Não estava preparado para aquele amável. Amável é alguém que me segura na porta do elevador, que me fornece uma indicação na estrada.
Vou ter mais cuidado. «A senhora é muito amável...» E ela a pensar: «Mais um que me quer mostrar a colecção de borboletas...»
Amável, naquela acepção de disponibilidade, não encaixa na ideia que fui constuindo de «amor». Falta-lhe tensão.