terça-feira, 13 de janeiro de 2004

David Justino (4.º andamento)

A verdade é que nutro pelos ministros da Educação uma admiração quase sem limites.
Vejam bem. Aquilo são camadas e camadas de directores-gerais, sub-directores regionais, coordenadores concelhias, todos rigorosamente seleccionados de acordo com rigorosos critérios partidários.
Aquilo são castas e castas de professores, uma profissão que deveria anda perto da devoção do sacerdócio, mas que acaba por acolher as muitas sobras de cursos e mais cursos.
Aquilo são gerações e gerações de estudantes. Que começam no básico a exigir eduação sexual e acabam na Universidade a fechar portas com cadeados.
Aquilo são milhões de pais, ainda mais desnorteados que todos os outros, culpabilizados por não participarem na vida da escola, culpabilizados por quase tudo, angustiados por estarem a falhar.
Aquilo são crostas e crostas de reformas e contra-reformas, num gigantesco labirinto, símbolo de um Portugal sem rumo.
Aquilo....