quinta-feira, 15 de janeiro de 2004

(Nem tanto) contra a corrente

Fosse o mundo a preto e branco e eu não teria sombra de dúvida: escolheria a mais livre das liberdades de expressão.
Mas o mundo é multicolor, segundo os optimistas, ou em várias tonalidades de cinzento, na óptica dos pessimistas. As escolhas tornam-se, pois, difíceis, complexas.
Vem isto a propósito de uma suave polémica que mantive esta semana com o Contra a Corrente.
No essencial, parece-me, estamos de acordo. Com as duas ou três divergências que dão sal a estas coisas.
Por exemplo, eu detesto as declarações maximalistas, do tipo «ai, sem a liberdade de imprensa o que seria de nós?» Porque, no caso em apreço (a Casa Pia), os media e a justiça parecem disputar um qualquer pódio do disparate. É por isso que defendo princípios de responsabilidade (responsabilização, se quiserem) porque percebo que, sem eles, é a nossa própria liberdade e estilo de vida que são postos em causa. Porque, sem esses princípios, é o vale-tudo. Na minha vida do dia-a-dia, nas pequenas e grandes coisas, na própria liberdade de imprensa, eu já tenho limitações. Não me escandaliza, por isso, que se debata abertamente o tema. Não há vacas sagradas.
Outra coisa que me separa do MacGuffin é... bom... fiquemos por aqui. Não quero que ele diga que estou obcecado com ódios de estimação.