Esquerda, direita (here we go again...)
O Lutz, Quase em Português, descobriu que é de esquerda quando começou a frequentar blogues. Pela parte que me toca, quando aqui cheguei até já tinha esquecido essa coisa da direita-esquerda. Quase afiançaria que escrevi algures que esse confronto já nem faz sentido. E quem se der ao trabalho de ir ler uns textos antigos, ao acaso, até constatará que frequentemente tentei fugir do jogo ideológico.
Vem tudo isto a propósito de uma triangulação em que me meti. Eu é que fiz a triangulação, porque estava o Lutz em troca de textos com a rapaziada do Quinto dos Impérios quando em me meti na conversa. Já que me meti...
O FMS, do Quinto dos Impérios, põe-se a zurzir na esquerda actual e não arranja nada de melhor que elogiar a esquerda antiga. A avaliar pelo título, é a esquerda aí da segunda metade da década de 60, «progressista nos propósitos, sonhadora na atitude, pueril e ingénua nos comportamentos. Literariamente estimulante, filosoficamente provocadora».
Ora metade dessa esquerda via na União Soviética o Sol na Terra, outros (Maio de 68) adoravam Mao, outros era a Albânia... E depois havia dois ou três maduros que eram contra essas coisas todas e eram considerados traidores.
É essa esquerda aliada de tiranos que o tal FMS elogia. Em contraponto à actual. Por exemplo à esquerda inglesa, liderada por Tony Blair, que se alia a esse autêntico senhor da guerra, neo-conservador, George Bush, o W.
Perante tanta incongruência da dita direita, o que pode Lutz fazer? Nestas circunstâncias, ser de esquerda pode ser um acto de higiene mental.
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