Para acabar de vez com os partidos (II)
Lendo os jornais de hoje, noto que fui profundamente injusto com o tal Clube apresentado por Helena Roseta. Desde logo porque os promotores tiveram um especial cuidado em apresentar gente nova, pouco conotada com partidos:
«A iniciativa partiu de nove deputados socialistas, Helena Roseta, Ana Benavente, Manuel Alegre, Alberto Martins, João Cravinho, Vera Jardim, Medeiros Ferreira, Jorge Lacão e Jorge Strecht, tendo a lista de fundadores alargado já a mais de 100 subscritores. Na cerimónia estavam presentes personalidades como Vasco Lourenço e Vítor Alves, Dias da Cunha ou Rosa Mota.»
Também gostei muito dos temas inovadores, mobilizadores, que querem discutir:
Estão já definidos quatro temas para debate, com uma iniciativa agendada para Abril sobre "Consensos e conflitos na sociedade portuguesa". De seguida, será discutida a "Evasão Fiscal", "O imobiliário, o betão, o ordenamento do território e o poder" e por fim "Direitos sociais e desenvolvimento".
Manuel Alegre, estando presente, não se podia calar. Ei-lo (agora convém ler em voz alta, com voz de poeta):
«Há mais vida para além dos projectos pessoais. Há mais cidadania para além da fulanização partidária».
Infelizmente, nem as televisões nem os jornais têm ainda a capacidade para transmitir aquela exaltante mistura de odores a naftalina e a môfo que tal colecção de cromos exalava à distância.
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