Dialogando com terroristas II
Não há terrorismo, há terrorismos. As cabecinhas mais radicais gostam de bradar que são todos iguais, que é preciso ser firme com eles todos, que eles até operam em conjunto, treinam-se uns aos outros, e por aí fora. Todos os terrorismos merecem condenação, é certo, mas nem todos são iguais e meter todos no mesmo saco é coisa tão irracional quanto o terrorismo ele próprio.
Até o senhor Tony Blair, que pensa estar a combater o terrorismo no Iraque, manda o seu ministro da Irlanda no Norte a Belfast negociar com o malando do sr. Gerry Adams, rosto dos católicos, que ainda há poucos anos estava banido dos media de Sua Majestade. Não se pense que em Espanha as coisas são muito diferentes.
Dir-me-ão: Londres não negoceia com terroristas, mas sim com os políticos que querem a separação. A verdade é que a existência, em paralelo, de braços políticos e militares da ETA, do IRA e de outros movimentos é um facto que serve a todos. Porque essa ambiguidade constitui uma porta entreaberta para a negociação, os contactos, o diálogo.
Mas isso é apenas em relação a esse terrorismo que, à falta de melhor definição, classificaria de «político». A Al-Qaeda, o terrorismo global, é outra coisa. E tem de ser tratado de forma diferente.
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