sábado, 20 de março de 2004

Penso? Lento

Os vendedores de pensos rápidos voltaram às ruas de Lisboa. Muitos, em muitas ruas.
É uma coisa que nunca hei-de perceber, esta coisa de se venderem tantos pensos rápidos na rua. Pelo que vejo, não há assim tanta gente com pequenas feridas a necessitarem de consolo urgente. Não se percebe porque não se vendem fósforos, preservativos, alfaces, pastilhas, eu sei lá...
Mesmo que as margens de lucro sejam imensas, digamos de 200, 400, 800 por cento, será sempre um negócio condenado à falência. O valor da mercadoria é baixíssimo e a procura será sempre imensamente inferior à oferta.
Só consigo entender este tipo de comércio à luz da ignorância que os pobres têm dos mecanismos do comércio. Quanto mais pobres mais ignorantes, quanto mais ignorantes mais pobres. E isto não é novidade nenhuma. Digamos que estamos perante uma enorme doença que os mais pobres tentam deter com pensos rápidos.