quinta-feira, 4 de março de 2004

Um mundo sem ti

É claro que anda por aí uma agressividade de bradar aos céus. Já qualquer coisa serve para alimentar o ódio. Há quem tente disfarçar esse ódio de debate. Desenterram-se, então, velhos argumentos, como se não fôssemos já suficientemente crescidinhos para sabermos que, para cada um desses argumentos, há sempre um contra-argumento.
Isto é normal, isto é a vida real. É impossível fugir.
O que me espanta, espantar-me-á sempre, é que tanta gente apenas queira silenciar o outro. A esgrima de argumentos, porque fictícia, aguenta-se por breves instantes. Não querem esclarecer pontos de vista, eventualmente tentar perceber os pontos de vista do outro, já não digo chegar acordo mas qualquer coisa do género «Ok, percebi o teu ponto de vista, mas tenho razões para pensar que não é assim». Não, o que muita gente quer é simplesmente o silêncio do outro: «Cala-te que és um idiota, não te quero ouvir, nem te quero ouvir...»
O que eu não entendo é que interesse teria um mundo assim. Sem o outro.