quinta-feira, 15 de abril de 2004

Entre a utopia e a vidinha

É assustador o que lembra o Aviz - as utopias como lugar de supremo totalitarismo. O que nos deixa tragicamente desamparados, entregues à vidinha.
Há um pessimismo na frase de Steiner que gostaria de recusar. Porque gostaria de pensar que, apesar de tudo, de todos estes séculos de pensamento e cultura em cima, ainda não demos a volta completa a nós próprios, ainda não fomos ao fundo, ainda não percebemos a verdadeira natureza do nosso ser. Temo, no entanto, estar errado. Cada dia encontro menos razões para estar optimista. E nem estou a falar do que vejo na televisão, do que vejo no Iraque, do que vejo em Espanha. Falo do que vejo aqui, na esquina onde tomo café.