sábado, 22 de maio de 2004

Chalabi

Ahmed Chalabi não é apenas Ahmed Chalabi. Ahmed Chalabi é uma metáfora da intervenção americana no Iraque.
Ainda antes da guerra, quando os media começaram a falar dos nomes da resistência e da oposição no exterior que poderiam suceder a Saddam, emergiu de imediato o nome de Chalabi.
A generalidade dos media lembraram que Chalabi tinha grandes problemas com a justiça, em Londres e na Jordânia, nomeadamente, relacionados com fraudes. Como de costume, essas notícias foram classificadas de anti-americanismo.
Ficou claro que Chalabi era o homem dos americanos, pelo menos de parte da Administração Bush (Pentágono, mais precisamente).
Até que... a fabulosa Guarda Republicana que ia defender Saddam não apareceu, as armas de destruição maciça não apareceram. E os olhos viraram-se para Chalabi - teria sido ele e os seus apaniguados a fonte de informação que despistou a CIA e Bush.
Sabe-se agora que o tal Chalabi - com que os americanos entretanto se zangaram - recebeu avultadíssimas maquias ao longo de anos. E que, já após a invasão, terá continuado empenhado em actividades pouco claras.
O que espanta em toda esta história não é Chalabi. Trafulhas, há-os em todo o lado. O que espanta é que o país mais poderoso do mundo tenha conduzido uma guerra com base em informações colhidas junto de um trafulha e nunca disso se tenha apercebido.
Questões destas devem ser discutidas, serena e seriamente. Para que não volte a acontecer.