segunda-feira, 10 de maio de 2004

Cuba e os fósseis (não esses, os outros...)

Sempre que querem atacar a esquerda falam de Cuba - como acontece agora com o casos das torturas do Iraque. O que só revela o estado de fossilização a que chegaram.
Porque, se há tema que a esquerda portuguesa (e aqui temos de aplicar a regra matemática-democrática, ou seja, a maioria da esquerda é representativa de esquerda) resolveu há imenso tempo foi essa.
À excepção do Otelo, do Miguel Urbano Rodrigues, do Luís Represas (estava a brincar...) e de mais 5 ou 6 loucos do PCP, toda a esquerda portuguesa há muito que condena Cuba. Seja a esquerda do Bloco, seja a esquerda de Soares/Guterres. Se tomarmos o exemplo de Soares, podemos até talvez dizer que Soares condenou Fidel quando certa direita portuguesa ainda nem tinha descoberto a importância de condenar Fidel, Aliás, a mesma visão, a mesma antecipação face ao comunismo, por exemplo, aconteceu no plano nacional - o que só torna ainda mais idiotas os ataques de que o velho Soares tem sido alvo nos últimos tempos.
Só que a esquerda mais lúcida, se condena Fidel, não se tem esquecido de manifestar discordância quanto às sanções decretadas pelos EUA. Note-se, porém, que o faz por ordem de prioridade, de importância: primeiro condena Fidel e só depois faz reticências aos EUA.