Dá-lhes com o Bloco
O PSD descobriu o Bloco de Esquerda e há já quem toque campainhas de alarme:
O discurso do Bloco é perigoso porque é profundamente anti-político, visando destruir a credibilidade do regime democrático e dos seus agentes.
O caso não é para tanto.
O PSD descobre agora o Bloco, como antes alguma esquerda descobriu o PP (lembram-se do PP, quando Monteiro era o boneco de Portas?). Monteiro e Portas são o que são (o primeiro é pouco, convenhamos...) muito graças à esquerda - foi a esquerda, os seus partidos e os seus colunistas, que andaram com Portas e Monteiro ao colo, com a finalidade óbvia de, ampliando aqueles dois, menorizarem o verdadeiro inimigo: o PSD.
Acontece agora o mesmo - a direita atira-se ao Bloco, agiganta o Bloco, como que a dizer: estão a ver, o maior partido da oposição não existe, vai a reboque?
Em vésperas de eleições, a manobra dá imenso jeito - incha o Bloco, concentra nele as atenções e as intenções de quem está contra, esvaziando a oposição mais óbvia. Vem nos manuais.
As palavras de Durão, Ferreira Leite ou Santana (este último colando o Bloco ao populismo - a falta que faz um espelho lá em casa...) são, obviamente, actos de campanha eleitoral, valem o que valem.
Quanto à «destruição do regime democrático e dos seus agentes», cabe perguntar quem mais faz por isso, se os que criticam e denunciam a má governação, se aqueles que a exercem?
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