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No Adufe, uma oportuníssima reflexão sobre o fim do Dicionário. Em teoria, temos à mão a mais poderosa das armas comunicacionais que o homem já teve ao seu dispôr - escrever algo que possa ser lido em todo o mundo, em tempo real. Note-se que conseguimos o que nem a televisão alcança - eles têm a magia da imagem, mas nós temos algo bem mais precioso: a palavra que se inscreve no ecrã, que se pode reler, que convida à reflexão, que é inter-activa.
E, de repente, descobrimos esse poder supremo - apagar tudo, apagar mesmo o rasto, como se nunca aqui tivéssemos estado, como se nunca aqui tivéssemos existido.
Esse poder - o poder de desaparição - confesso, ainda me espanta, ainda me atemoriza. Ainda o tomo como uma espécie de bomba atómica da comunicação.
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