Do princípio ao fim
N'O Acidental pedem-me que leia os textos do princípio ao fim. Têm razão.
1. Princípio: «Ferro Rodrigues tem aproximado significativamente o seu discurso das posições assumidas por José Luís Zapatero, o socialista que governa os espanhóis, sobretudo no que respeita à intervenção no Iraque e a um crescente e descabelado anti-americanismo.»
Ferro Rodrigues - leia-se o PS - sempre foi contra a intervenção no Iraque. Dizer agora que se aproxima de Zapatero é ver o filme ao contrário.
2. Meio: O que Ferro não parece compreender é que esta atitude põe em causa uma das linhas permanentes da política externa portuguesa, que sempre distinguiu e continua a distinguir internacionalmente o nosso País: a preservação empenhada do vínculo transatlântico, marca de água da nossa diferença essencial em relação a Espanha, tradicionalmente mais inclinada para as relações com a América do Sul.
A «preservação empenhada do vínculo transatlântico» não pressupõe qualquer cheque em branco aos EUA. Portugal e os EUA são aliados, o que implica diálogo, concertação de posições... O entendimento que PPM faz dessa relação aponta mais para a pura submissão. E aponta para outro debate que se travou na blogosfera há meses - criticar os EUA, posições concretas dos EUA, não constitui necessariamente uma forma de anti-americanismo.
3. Fim: o fim é, obviamente, o meu comentário anterior sobre esta matéria.
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