quarta-feira, 5 de maio de 2004

O apito de Rio

Estava convencido de que seria este ano que Rui Rio faria as pazes com o FCPorto. Só uma questão de feeling, baseado em dois factores: o adocicamento progressivo da imagem do autarca; o calendário eleitoral.
Seriam sempre - é óbvio - umas pazes à Rio: nada de misturas, coisa discreta, o suficiente para que os portuenses percebessem que o autarca entende o clube, partilha das suas alegrias. Não faço ideia como isso se concretizaria, mas também não sou pago para pensar nessas coisas.
A operação policial Apito Dourado terá vindo estragar esses planos, ao pôr em evidência os cruzamentos perigosos entre a política e o futebol. Rio deve ter mandado parar os spin doctors...
Mas agora surge um problema - se o FCPorto se sagrar campeão europeu, como irá Rio conseguir alhear-se da festa?
[Dedicado ao Golpes de Vista, que não desiste de tentar converter-me ao futebol, recorrendo mesmo a truques baixos, como esse de citar o O'Neill.]