Pomba pomba, falcão falcão
Anda aí meio mundo indignado com o facto de um tal Pierre Falcone, cúmplice da ditadura de Luanda, ter passado por Lisboa sem ter sido incomodado.
Sinceramente, não entendo tanta zoeira.
O homem é procurado em França, a mesma França que se enrola em diatribes jurídicas à volta de um estatuto diplomático que lhe foi concedido (adivinhem por quem?) pelos amigos de Luanda.
A justiça francesa, que tem o homem ali mesmo à mão, não consegue (não quer?) fazer nada. Estavam à espera que Lisboa fizesse?
Eventualmente, Lisboa também não está interessada em incomodar o cavalheiro - os amigos deles, os de Luanda, devem-nos uma pipa de massa e não gostam de ser incomodados, nem que incomodemos os seus amigos.
Mas o problema nem é esse - é uma questão jurídica. A tal questão do passaporte diplomático, que tem de ser a França a resolver. Se quiser, se estiver interessada, se os amigos (sim também são amigos...) de Luanda deixarem.
Gostariam que Lisboa tivesse feito o mesmo que Londres - informar Paris de que o homem estava por aqui. Como se Paris, se quiser, não saiba a cada instante onde está o senhor Falcone...
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