quinta-feira, 27 de maio de 2004

Solidão (II)

Uma coisa é o reino da promiscuidade entre política e futebol. É a norma, infelizmente.
Outra é o autismo, real ou artificial. É o caso de Rui Rio.
Algures no meio, como de costume, está virtude.
Virtude seria, por exemplo, que todos os negócios entre a câmara do Porto e o FCP (sim, porque esses negócios terão sempre de existir...) se pautassem pela transparência e não pelas coisas mal explicadas do costume. Tão só.
E que a câmara, de alguma forma, arranjasse maneira de se associar às vitórias do clube. Quer se queira quer não, o FCP é hoje a principal bandeira do Porto - presumo, aliás, que a cidade comece a ser mais associada, internacionalmente, ao clube que ao famoso vinho.
Eu, que não gosto de futebol e que acho que o futebol tem uma importância desmesurada nos media e na sociedade portuguesa, não me choca que o príncipe de Mónaco vá à bola, que Sampaio suba à tribuna de honra e por aí fora.
E parece-me que a histeria que pauta as actuais relações entre a câmara do Porto e o clube é tão pouco saudável quanto a promiscuidade anterior.
Entendidos, caro Paulo?