A verdade a que temos direito (1)
Uma notícia publicada ontem pelo DN chamava a atenção para um estudo do instituto Pew que merece alguma reflexão. Por exemplo, acerca do aspecto que o DN chamou para título: «Jornalistas estimam que têm sido pouco críticos em relação a Bush.»
A sondagem vem, na verdade, confirmar aquilo que alguns jornalistas e analistas de media já tinham abordado - não foi apenas Bush que falhou na guerra contra o Iraque, os jornalistas também falharam. E, é claro, não vale a pena entrar pelo sound-bite de que os jornalistas sao anti-Bush ou, pior, anti-americanos. Estamos a falar de jornalistas americanos.
Basicamente, os jornalistas falharam por não terem feito as perguntas certas nos momentos certos. Sobre as armas de destruição maciça, sobre as verdadeiras características do regime de Saddam, sobre as verdadeiras intenções da Casa Branca. Houve excepções, muitas excepções, mas o mainstream dos media americanos limitou-se a reproduzir acriticamente os acontecimentos. Só começaram a fazer perguntas quando era mais que evidente que algo estava a correr mal.
Esta sondagem vem, igualmente, confirmar as conclusões de um vasto estudo realizado há anos (publicado no livro The Elements of Journalism) e que procurava fazer um ponto de situação do jornalismo americano.
Entre as conclusões desse estudo surgia em destaque a de que «journalists must serve as an independent monitor of power».
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