quarta-feira, 23 de junho de 2004

Contas à Telmo [act.]

Telmo Correia disse, sem se rir, que o PP manteria os mesmos dois deputados mesmo que tivesse concorrido sozinho às eleições europeias.
Comentário apressado: «Pronto, não se fala mais nisso, tu és o Napoleão e a mim podes chamar-me Presidente da Comissão Europeia».
Comentário mais longo: incrível é que alguém consiga levar a coisa a sério. Caso de João Miranda, no Blasfémias, que se enrola em números para demonstrar que o PP vale hoje o que valia nas eleições legislativas de 99. Segundo esta lógica, nem se percebe porque haveremos de realizar eleições periodicamente - fixava-se que os partidos valem o que valiam nas legislativas de 99 e pronto. Era mais barato.
Acontece que há uns grãozinhos na engrenagem - as sondagens. Por exemplo, a do DN/TSF, publicada a duas semanas das eleições, que se revelou muito aproximada da realidade ao atribuir uma diferença de 13 pontos aos dois principais partidos (na realidade, a diferença foi de 11 pontos...). Essa sondagem, como era para europeias, tinha o PSD e o CDS coligados, mas uma outra, para legislativas, realizada no mesmo momento e com o mesmo método, aribuiu ao PP a fantástica percentagem de 1,5.
Vale hoje o PP apenas 1,5 por cento. Talvez não. Mas talvez não valha tanto como em 99...
As sondagens, como se sabe, não são instrumentos perfeitos para medir os fenómenos políticos. Mas são o que temos. Bom, as sondagens e os palpites de João Miranda, esses sim, bem mais certeiros.
Comentário curto outra vez: curioso, muito curioso, é o silêncio do PSD sobre este assunto.
[Actualização: afinal... o PSD existe.]