Eleições - a Europa
Daqui a dois dias, em Bruxelas, reune-se uma decisiva cimeira europeia. Será a cimeira dos derrotados. A maioria dos chefes de governo da Europa perderam as eleições ou sofreram valentes sustos.
As eleições de domingo não eram legislativas nacionais, das quais emana a legitimidade dos governos europeus. Eram eleições europeias - tratavam, em princípio, dos temas que juntam esta semana os líderes da Europa.
Por isso, a cimeira será especialmente incómoda - os líderes ali reunidos têm, de alguma forma, a legitimidade ferida.
São esses líderes que vão discutir a Constituição europeia, os comissários, a redistribuição da riqueza e do poder na Europa. Eles, os derrotados.
Dir-se-á - mas, nesses países, as oposições vitoriosas têm, na maioria dos casos, políticas europeias idênticas às dos governos. Pois, mas, cada vez mais, a política faz-se pelas pequenas diferenças, pelas nuances... já lá vai o tempo dos grandes eixos de ruptura.
Com os dossiers que estão em cima da mesa a serem tratados por líderes enfraquecidos eleitoralmente, a Europa só pode avançar na trapalhada. O sinal que vai sair de Bruxelas nos próximos dias só dará razão aos cépticos. A Europa das grandes visões está adiada.
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