terça-feira, 15 de junho de 2004

JPP

José Pacheco Pereira vai ser embaixador de Portugal na UNESCO.
Se quisesse comentar o facto do ponto de vista, pequenino, do comentarismo lusitano, diria que Durão Barroso encontrou uma maneira fácil de o calar. Da mesma forma que quer afastar António Vitorino de Portugal...
Comentando mais a sério - nunca consigo imaginar JPP em cargos desta natureza. Oficial, oficiosa, oficialona. E, pior, sujeito a estritas regras de hierarquia e conduta. Imagino-o sempre como um espírito livre. Embora saiba que, nos momentos certos, se cala ou, embora sempre de uma forma inteligentíssima e aparentemente distanciada, acabe mesmo por defender o essencial - ou seja, o partido.
Com a ida de JPP para Paris perdemos, além do mais, uma das vozes mais interessantes na análise na política portuguesa. Concorde-se, ou não, com o que escreve.
JPP promete agora que vai continuar a escrever, mas não sobre política. O desafio parece-me interessante, mas impossível de concretizar. Na visão que JPP tem das coisas, da vida, tudo é política. E isto nem sequer é uma crítica, mas sim um elogio.
Termos um JPP a escrever nos jornais, ou a comentar aqui e ali, limitado ao não-político é coisa que, muito sinceramente, não consigo imaginar. Mas vou acompanhar, atentamente, esse desafio.