sábado, 26 de junho de 2004

Não, MacGuffin

Não, meu caro MacGuffin, nada disso. O meu amigo leu-me mal. Anexam-se esclarecimentos.
1. Quem é contra a ida de Durão para Bruxelas é o meu amigo. Eu sou a favor. Basta ler o que escrevi ali mais em baixo. Quanto a António Vitorino, não acho que a sua designação para presidente da Comissão Europeia fosse uma «vitória» e um «prestígio» para Portugal - seria, sim, isso tudo, e muito mais, mas para a Europa.
2. Não meu caro, não há qualquer problema em irmos para eleições. Não, o país não precisa, coisa nenhuma, de «estabilidade, contenção e alguma tranquilidade». A Itália teve mais governos no pós-guerra do que nós desde os famosos governos de Dona Maria e a última vez que olhei para a lista dos G7 ainda lá estava. A tal «maturidade» democrática de que fala, aguenta bem uma ida às urnas.
3. Não meu caro, há um grande equívoco da sua parte. Se Durão sair e houver novo governo sem eleições, esse governo não será «um governo de rostos e de muita gente envolvida; um governo que tem um programa e uma estratégia no activo». Pura e simplesmente, haverá um novo governo, com novo programa e novos rostos (e, garanto-lhe, se for Santana Lopes o primeiro-ministro, o programa até pode ser parecido, mas os rostos serão seguramente outros e a acção, essa...)
4. Mas, meu caro MacGuffin, o seu maior equívoco é outro - à esquerda, o que objectivamente mais lhe interessaria seria mesmo um novo governo, de preferência com Santana e Portas à frente. Dispenso-me de lhe explicar porquê... Só que, imagine-se, há gente que gosta de coisas claras, sem jogos por baixo da mesa. Gente estranha, essa!
5. Quanto a essa ideia de que a esquerda está ávida de poder - numa altura em que a direita faz o que faz para a ele se agarrar - é um caso claro de humor falhado. Se era para rir, não percebi...