segunda-feira, 28 de junho de 2004

O bom/mau exemplo italiano

O João Miranda não entende por que carga de água fui buscar a Itália. Se há coisa de que não gosto é que as pessoas fiquem mal esclarecidas.
A Itália surgiu a meio de uma discussão em que, a certa altura, estava em causa a famosa estabilidade-condição-essencial-para-o-desenvolvimento. Foi por isso que falei do G7 (G8, se quiserem - embora eu prefira G7...) - a Itália está entre os mais ricos, apesar da sua enorme instabilidade institucional. Ora, quando falamos de estabilidade/instabilidade, o conceito aplica-se, exclusivamente, ao poder executivo, aos governos. O poder legislativo terá influência nas políticas de médio/longo prazo - daí a sua má imagem nestes tempos de grande mediatismo -, mas as decisões que verdadeiramente contam, a gestão da coisa pública, compete aos governos.
Acresce que, durante muito tempo em Itália, parlamentos mais ou menos estáveis deram origem a governos de geometria muito variável. Uma virtualidade italiana que não parece ter paralelo em Portugal.