quarta-feira, 25 de agosto de 2004

Um caso de convicção

AAA, no Blasfémias, publicou uma notícia sobre o famoso barco do aborto, porque, dizia, os media portugueses iriam passar-lhe ao lado. Por causa dos critérios de «esquerda e extrema esquerda» que comandam os nossos media. Como eu o compreendo... estamos a falar, é claro, dos media propriedade desses perigosos esquerdistas que dão pelo nome de Balsemão, Paes do Amaral e aquele senhor da Cofina de que não me lembro o nome. Sim, esses media dirigidos pelos perigosos extremistas de esquerda José Manuel Fernandes, arquitecto Saraiva e Zé Rodrigues dos Santos.
Para o AAA, notícias sobre aborto, só aquelas veículadas pelas agências de informação cristãs - garantem mais independência sobre a matéria.
Mas eis que, poucas horas após AAA ter manifestado tão justas preocupações sobre os perigosos caminhos dos media nacionais, eis que, pelo menos dois deles (e dos mais importantes - o Público e o DN) centravam a abordagem da visita a Portugal do dito barco nas questões legais e um deles, o Público, falava mesmo, oh horror, da tal questão do limite de operação do barco que o AAA jurava que ia ser omitida.
Uma chatice. A puta da realidade não há maneira de se conformar às nossas convicções.