quarta-feira, 15 de setembro de 2004

M is for Madonna

1. O video de American Life que nenhuma televisão quis mostrar - um fortíssimo manifesto contra a guerra do Iraque, com Bush a ronronar na face de Saddam. O Pavilhão Atlântico - membros do governo da Nação incluídos (percebe-se: não tinha legendas...) - aplaude eufórico.
2. A versão de Imagine, com Lennon a meio. Antes, a fome, a guerra. Depois, os sorrisos, a paz. E o plano final, com uma criança árabe e outra israelita, mão dada, estrada fora. É impressionante como o revisionismo dos últimos tempos transformou Lennon, de novo, em insubmisso, em excepção à regra. O normal, hoje, é aceitar-se a guerra como natural. Que digo eu? O normal, o excelente, hoje, é desejar, exacerbar, a guerra. Estranhos tempos...
3. O jogo das bandeiras, vertigem de cores e formas, com o esquecimento da portuguesa a ser (ligeiramente) compensado com a repetição da brasileira... E a imagem que perdura, a única que sobrevive à voragem: as bandeiras da Palestina e de Israel coladas uma na outra. A última imagem do espectáculo.
O resto? O resto foi uma das misturas mais perfeitas a que já se assistiu de música, vídeo, circo, dança, skate, magia, tudo. Magia.