Pingue-pongue na 5 de Outubro
Não podem deixar de espantar as declarações das últimas horas sobre a bronca na colocação de professores.
A começar pelas de David Justino, que dispara em todas as direcções - o alvo central é um ex-secretário de Estado, mas até Durão sai chamuscado -, ficando-se com a sensação de que há ali uma fuga para a frente que só o tempo ajudará a entender totalmente.
Mas o tal secretário de Estado e mesmo alguns membros do actual governo também dão o seu contributo para este passa-culpas, que tem novamente no Expresso o seu auge, quando, pela segunda semana consecutiva, se assassina publicamente um quadro do ministério «nomeado nos tempos de Guterres».
Se juntarmos a isto o algo enigmático comunicado da Compta mais uns rumores que por aí circulam, temos o quadro completo. A confusão completa, digo.
Perante tudo isto, o apuramento das responsabilidades é mais que obrigatório. E, obviamente, não basta qualquer inquérito interno na 5 de Outubro.
Isto não pode, é claro, fazer esquecer o essencial: a urgência da resolução do problema.
Numa outra fase, seria útil discutir mais maduramente, não o sistema educativo em abstracto (para isso bastam os debates televisivos...), mas aspectos mais concretos. Por exemplo, a forma de ultrapassar este drama anual das colocações - presumo que todos ganharíamos se as escolas (e os professores) gozassem de maior estabilidade. Sei, porém, que discutir isto será pedir muito.
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