domingo, 12 de setembro de 2004

Portagens

Vital Moreira [Causa Nossa] defende o princípio do utente pagador em todas as auto-estradas, cuja aplicação tem sido repetidamente anunciado pela coligação PSD/PP vai para dois anos e tal.
É justo. E nem sequer me parece atendível o argumento de contestação, segundo o qual essa medida deveria excluir as auto-estradas em relação às quais não existe alternativa, já que alternativa acaba por existir sempre.
Se alguma vez houver coragem política para avançar com tal ideia - sem as meias-tintas do costume, que passem, por exemplo, pela exclusão de certos itinerários (o que dizer, por exemplo, do IC-19?) - acho que devem ser acompanhados atentamente dois dossiers:
1. Se a revisão da complexa engenharia financeira que está por detrás das SCUTS resultará em mais um ruínoso negócio para o Estado, com o consequente enriquecimento de umas empresas amigas?
2. Se a generalização das portagens será acompanhada pela criação de um órgão - entidade reguladora, por exemplo - que vigie as tarifas praticadas. Quinze euros para viajar entre Lisboa e o Porto parece-me um exagero, se tivermos em atenção as péssimas condições de circulação, nomeadamente junto às grandes cidades, e, por exemplo, o facto de raramente ser possível efectuar aquele trajecto sem deparar com um troço em obras.