Sem respostas no Iraque
As mesmas sondagens que dão uma confortável vantagem a Bush sobre Kerry na corrida para a Casa Branca mostram igualmente que os americanos gostariam de assistir a mudanças profundas de várias políticas, nomeadamente no que respeita ao Iraque.
Lá - como pelos vistos noutras bandas... - temos assistido a uma sucessão de declarações contraditórias, seguramente baseadas nas sondagens. Ou melhor, tentando tirar partido das eventuais vantagens apontadas pelos números. É por isso que, tão depressa vemos alguém da Casa Branca garantir que haverá eleições no Iraque em Janeiro de 2005, como logo outro admite que talvez sim, mas apenas nas zonas estabilizadas - o que, convenhamos, seria uma farsa que abriria as portas aos cenários mais inacreditáveis.
Mais - após meses em que se garantia que os EUA ficariam até que todo o Iraque estivesse normalizado, ontem Rumsfeld veio admitir que talvez saiam antes.
É claro que, por lá, estão em campanha eleitoral e é, por isso, normal que surjam algumas declarações mais surpreendentes.
Mas também é verdade que, agora como há dois anos, os EUA não fazem a mínima ideia de como sair daquele atoleiro.
Uma coisa é certa - para resolver a enorme embrulhada que por ali está é necessário, antes, reconhecer o erro. Reconhecer uma série de erros.
Já se percebeu - basta ouvir/ler o que tem dito Bush nas últimas semanas - que esta Casa Branca nunca reconhecerá o erro. O seu autismo é genético.
Sobre tudo isto tenho certezas. As dúvidas surgem quanto às alternativas. Será que Kerry seria o homem certo para mudar o rumo aos acontecimentos? Pois...
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