terça-feira, 5 de outubro de 2004

Carvalhas

Gosto do PCP assim.
Pouco me importa que não se tenha actualizado. Que ainda não tenha percebido que o Muro caiu e essas coisas todas.
No terreno, na politicazinha caseira, o PCP é uma voz incómoda e necessária. No parlamento, nos sindicatos ou nas inúmeras organizações que controla, o PCP está sempre do lado dos mais fracos, dos mais pobres. É uma pequenina palha na engrenagem. Isso eu aplaudo.
E depois ainda tem a vantagem de, completamente fossilizado, se apresentar incapacitado para o exercício do poder. E isso deixa margem para que a outra esquerda governe, a esquerda que nunca acreditou no Muro ou que simplesmente se actualizou. E isso também é bom.
Vi há pouca na SIC Luís Osório - director de A Capital, que noticiou em primeira mão a saída de Carvalhas - dizer que Jerónimo de Sousa está na calha para a liderança. Ora aí está outra boa notícia - o meu PCP não vai mudar. Nem um bocadinho.