domingo, 3 de outubro de 2004

Rosa, sem choque (I)

O Manel, na Grande Loja, pensa discordar de mim sobre o PS, mas talvez esteja errado.
É que eu, ao dizer que a campanha eleitoral do PS tinha sido esclarecedora, estava a referir-me, exclusivamente, ao problema interno do PS.
Ou seja, há muitos anos que tinha uma dúvida acerca do que os militantes do PS querem do partido - gostam do guterrismo de centro, sem alianças; preferem um PS mais à esquerda, disposto a levar o PC ao colo para o poder? Outra coisa?
[Tenho o mesmo problema com o PSD? Às vezes, parece-me genuinamente social-democrata, outras parece-me resvalar para a direita.]
A minha dúvida não era tanto sobre a orientação maioritária - desde que Soares pai meteu o socialismo na gaveta... - mas quanto ao peso de cada uma das eventuais tendências. Nessa medida, a vitória de Sócrates parecia-me óbvia.
Confesso, apesar de tudo, alguma surpresa (não muita...) quanto ao peso específico de cada uma das tendências. Presumia que a ala mais esquerdista fosse ligeiramente mais forte. Admito, porém, que muitos socialistas tenham optado por votar no vencedor.
Na linha de tudo isto, também considero que o próprio congresso foi bastante clarificador. O discurso de Jaime Gama, especialmente. Salvaguarde-se que não estou a tomar partido - apenas a fazer constatações.